sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

SOMBRA

Mergulho no breu
Pode ter parede, porta, eu torta            
Mau cheiro, fraqueza
A banda podre.

A sombra sempre ao alcance
Dança nos pés
Ao norte, sul, leste e oeste
Memória pendente permanente
Borralho da gente.

Eu sombra
Sem querer
Pior de mim
Exposto, chocho num canto
D’alma chorosa.

Eu escavo
Procuro e não acho
Não quero ver
Pra não lembrar
A sina do mau pedaço
Escracho escondido
Deixa lá!

Sombra oculta
Tesouro da terapia
Inquietação da alma
Trauma, caixa preta, vergonha.

Dor lancinante
Enrosco, tropeço
Grito surdo
Faceta imprópria e errante.


SINTO FALTA

Acordar ao lado
Beliscar num café
Rir das caretas no espelho
Desfile de pelados.

Alegres dias de presença
Leituras da realidade
Buscas espirituais, intelectuais
Bolachinhas com chimarrão.

Críticas de um livro
Novas estórias
Projetos, metas, amanhã
Uma roupa nova
A novidade da vida
Um telefonema
Para falar de amenidades
Sinto falta
Tenho saudade.

PROVOCAÇÃO

Provocação
Aguça os sentidos,
Oportuniza metáforas,          
Dá coceira na imaginação
Coloca a criatividade em riste
E idealiza, sonha, realiza a utopia
Dentro da vida
Que não tem paredes.
Mesmo assim,
Pendura ali
A minha rede
Que balança, balança
Até embalar os meus sonhos.

OBRIGADA

Obrigada ao tempo
Que se desenrola sem parar
E mostra o quão pequena sou.

Obrigada a vida
Que despeja momentos, instantes, lampejos!
E mostra o quão lutadora eu sou.

Obrigada às pessoas
Que me refletem todo o dia
E perpetuam a minha existência.

Obrigada a saúde
Que ainda perpetua em meu corpo
E me permite agradecer.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VIVEMOS A TERCEIRA ONDA

Há aproximadamente 30 anos atrás, Alvin Toffler lançou o revolucionário livro “A Terceira Onda”. O intelectual era considerado um profeta tecnológico, pois previa transformações nos hábitos sociais a partir dos avanços da informática.
Neste livro ele falou das “cabanas eletrônicas”. Em uma época em que ainda não conhecíamos o e-mail, ele dizia que as pessoas poderiam trabalhar em casa, no horário que quisessem e, ao final do trabalho, encaminhar os arquivos por meio eletrônico para o computador central da empresa.
Eu não fazia ideia de como estes arquivos seriam enviados, mas sonhava com as jornadas de trabalho menores, as novas profissões, as famílias com mais tempo para o lazer...
E não é que ele estava certo? Hoje as pessoas trabalham 24 horas no computador e também se divertem nele. Cada membro da família tem o seu computador no quarto e as famílias podem instalar uma rede no próprio lar. Cada um faz o que quer no precioso aparelho: os pais chegam em casa e continuam o trabalho para encaminhar os arquivos quando prontos. Os filhos jovens e adolescentes estudam de dia e passam as madrugadas jogando games de todos os tipos. Existem jogos individuais e em rede. As crianças divertem-se em sites de colorir, desenhar, interativos, com desenhos, musicais, etc.
E as redes sociais? Todos têm amigos e se relacionam todo tempo. Mesmo ao sair de casa para fazer um passeio com a família, ainda é possível trabalhar e se divertir usando celulares, ipads, iphones,  i-pods, tablets, notebooks, netbooks, etc. Tudo de última geração. Um novo lançamento em cada mês. Viva a diversidade eletrônica! Na tecnologia não há limites! As máquinas são membros da família.
Finalmente reina o silêncio e a paz nos lares, onde todos estão juntos. Cada um em frente a um equipamento eletrônico trabalhando ou se divertindo a valer. Bem, de vez em quando surgem alguns problemas como um filho viciado em games, trabalhos escolares copiados, deslizes matrimoniais, etc. Consequências da solidão e falta de diálogo no lar.
Outro dia fiquei sabendo que a filha de uma amiga a excluiu do MSN. Já pensou que filha ingrata que exclui a própria mãe? Foi um escândalo na família! Minha amiga estava arrasada com a atitude da filha.
Mas também existem boas surpresas. Minha mãe me convidou para ser sua amiga no Orkut.  Não bastasse o convite, ela ainda mandou um “scrap” de saudações: “Sou eu, a sua mãe. Me aceita aeee!” Agora temos mais um canal de comunicações. Ela me ama! Kkkkkk
Não li nada sobre as consequências da tecnologia no livro de Alvin Toffler e penso que não é culpa da evolução da informática o fato de não sabermos ter equilíbrio. As tecnologias vieram para auxiliar e, em alguns casos, transformam-se em pesadelos para famílias, escolas e sociedades.
Acho que agora está na hora de ler o que estão dizendo os filósofos, sociólogos e terapeutas que observam e tentam ajudar as vítimas da tecnologia exacerbada.
Peço licença agora porque preciso olhar os meus e-mails.

CALIGRAFIA DO TREM

O trem segue o seu caminho, em linhas paralelas, até chegar ao destino.
Um destino que não é do trem, mas de centenas de pessoas que são transportadas.
Pessoas com desejos e ideias que desenham nas linhas paralelas uma caligrafia.
Muitas ideias e ideais formam as frases da linha do trem. O trem é um Todo, mas as pessoas compõem as ricas partes da composição.
Neste texto misturam-se objetivos de trabalho, estudo e lazer. Formam um lindo caleidoscópio de cores mágicas que brilham a luz do sol.
Neste trajeto encontram-se pais, mães e filhos. Jovens enamorados e ficantes. Gêneros alternados como homens, mulheres, homossexuais e transexuais.
Esta composição aberta e poética escreve todos os dias nas linhas paralelas, histórias diferentes, verdadeiras, de gente que não é personagem da novela ou futebol. Gente autêntica e de valor.
Dentro do vagão prevalece a educação. Neste trem ninguém empurra ninguém, pessoas cedem seus lugares a quem necessita. De vez em quando alguém grita, mas logo percebe sob o olhar súplice dos passageiros, que o ambiente não é propício. Para que levar a audição ao sacrifício?
Na caligrafia dos trilhos muitas coisas acontecem: inimagináveis e que não tem atenção. Mal sabem as partes do Todo, que são responsáveis pela composição.

A AIDS SOBREVIVE

            Há muitos anos convivemos com a descoberta da AIDS. Tempo este, suficiente para despertarmos a nossa atenção com os cuidados que devemos ter com a nossa vida sexual e o uso irresponsável de drogas injetáveis.
           
            Inventamos tecnologias formidáveis que ajudam toda a humanidade a evoluir e, nos comportamos como tontos e infantis diante das possibilidades de uma aventura sexual ou, de viver um estado alterado de consciência.
           
            O filósofo Aristóteles(384 -322 aC), que viveu na Grécia, preveniu os homens com relação as paixões que não auxiliam o equilíbrio da razão. Ele falou com autoridade sobre a Prudência, trezentos anos antes de Cristo. E aqui estamos nós, quase 2500 anos após receber os conselhos de um dos maiores filósofos da história, padecendo a expansão da AIDS que é considerada uma pandemia.
           
            Nós podemos nos divertir, ter e sentir prazer em uma relação sexual, mas devemos permanecer em alerta para os riscos que envolvem uma diversão. O momento da “loucura” exige segurança, pois as consequencias são graves e têm ceifado a vida de pais e mães de família, jovens em idade de começar a viver e crianças recém nascidas. Todos entram em luta por uma sobrevida.
           
           Nos últimos anos a área de imunologia desenvolveu novas tecnologias, criou  medicamentos mais eficazes, o que acarretou em melhoria de sobrevida e tempo de vida aos portadores do vírus HIV. O governo implementou um sistema de distribuição gratuita dos remédios para o tratamento da doença, juntamente com uma cultura de monitoramento que ajuda a evitar a propagação das doenças oportunistas. Mas as pessoas ainda morrem por terem contraído o vírus.
           
             A AIDS precisa ser encarada como um problema individual e coletivo. Mesmo as pessoas que tem uma vida equilibrada, que seguem os conselhos de Aristóteles, podem ser atingidas por uma epidemia de tuberculose, por exemplo, que é uma das doenças oportunistas que acompanham o quadro de baixa imunidade que o vírus HIV provoca.
           
            A doença não é um problema dos outros, é um problema nosso. Temos que orientar as crianças desde muito cedo, antes da adolescência, pois nesta fase já não querem mais ouvir e, até amadurecerem, o estrago já aconteceu. Antigamente a maior preocupação nesta fase era a gravidez precoce, mas agora se soma mais um problema grave a ser discutido na pré-adolescência.
           
            Temos que encarar a realidade e refletir: por que existem “profissionais do sexo” em nossa sociedade? O que é este aspecto doente do ser humano que redunda em barbárie? Prostituição, estupros, pedofilia entre outras violências sexuais e morais que existem há muito tempo.
           
             Hoje existem profissionais especializados da área de saúde para atender toda a população. Temos que assumir as nossas fraquezas e tentar melhorar-nos como seres humanos. Só temos a ganhar em humanidade, fraternidade e dignidade ao olharmos e tratarmos os fatos que hoje “aparentemente” não nos afetam.
           
O “escândalo” é necessário para refletirmos a nossa atitude ou a “falta” dela.

VIVA A ACESSIBILIDADE COM CULTURA E ARTE

            Era uma vez uma biblioteca muito diversificada. Ela tinha livros para todos os gostos e jeitos. Neste lugar encontravam-se livros em braile, MP3, CDs, oficinas de literatura, teatro e contação de estórias.
Uma vez a cada mês, a biblioteca recebia visitas de escolas e fazia um grande evento cultural. Os eventos costumavam seguir eixos temáticos e, os estudantes se preparavam para este encontro lendo e estudando todo o material disponível sobre o assunto. As escolas mais preparadas para o evento cultural ganhavam uma segunda visita especial na biblioteca.
                Sonhar é preciso! Quantas possibilidades pode proporcionar a cultura. A utopia pode correr solta nesta área e a inclusão ocorre naturalmente.  A cultura e a arte dissipam as diferenças.
                O trabalho artístico atua na dimensão subjetiva e lúdica do ser humano e torna-o mais afetivo e tolerante com a realidade.
                Precisamos voltar a estimular a criatividade. Estamos sedentos de ideias transformadoras. Se aprendermos a respeitar as diferenças, podemos transformar o mundo.
                O “viva” do título é um convite para “viver” a acessibilidade. Pense nisso!


VIVA A ACESSIBILIDADE
Tainara de Souza Stumpf
Era uma vez uma rica comunidade onde conviviam pessoas de todos os tipos. As ruas eram bem calçadas, os prédios tinham rampas e corrimões, os livros eram escritos em palavras e braile e todos conheciam a linguagem de sinais, que era obrigatória nas escolas e empresas.
                Sonhar é preciso! Até bem pouco tempo vivíamos em uma realidade para maiorias.  Quando nascemos com alguma diferença, ou sofremos algum acidente, ou envelhecemos, ou engravidamos, percebemos que o mundo não está adequado a nós. Então é  tarde demais para adaptar o mundo ao nosso roblema.
                Se pararmos para pensar o amanhã, sabemos que pelo menos uma vez na vida, cada um de nós vai passar por alguma situação difícil. Às vezes por um período, as veze s pelo resto da vida. Por acaso pensamos que nunca vamos precisar usufruir de um pouco  de acessibilidade? Quem nunca quebrou uma perna ou um braço? Que mulher não engravidou? Quem não envelhecerá?
                Desde a inclusão escolar e empresarial ocorrida há poucos anos, percebemos múltiplas deficiências da sociedade em atender as necessidades especiais com igualdade de direitos.  Parece que só quem sofre os problemas precisa se preocupar em transformar a sociedade.
Mas é um começo! Quantas oportunidades de projetar geração de renda, inclusão escolar e cursos técnicos para a sociedade que cresce a cada dia. Quantas mães acabam se envolvendo em oficinas de artes e artesanato por ter um filho ou filha com necessidades especiais. Acabam fazendo deste trabalho a sua renda principal.
                Não se trata de inventar a roda, pois ela já existe em outros países, onde não se fala mais em inclusão. A sociedade já está pronta e não percebe problemas na diferença. Temos exemplos a serem seguidos, mas faltam investimentos e foco nesta área.
Outra pequena utopia: era uma vez uma biblioteca muito diversificada. Ela tinha livros para todos os gostos e jeitos. Neste lugar encontravam-se livros em braile, MP3, CDs, oficinas de literatura, teatro e contação de estórias.
Uma vez a cada mês, a biblioteca recebia visitas de escolas e fazia um grande evento cultural. Os eventos costumavam seguir eixos temáticos e, os estudantes se preparavam para este encontro lendo e estudando todo o material disponível sobre o assunto. As escolas mais preparadas para o evento cultural ganhavam uma segunda visita especial na biblioteca.
                Sonhar é preciso! Quantas coisas pode proporcionar a cultura. A utopia pode correr solta nesta área e a inclusão ocorre naturalmente. A cultura e a arte dissipam as diferenças.
                O trabalho artístico atua na dimensão subjetiva e lúdica do ser humano e torna-o mais afetivo e tolerante com a realidade. As diferenças são valorizadas pois trazem outro olhar para a arte e a cultura.
DESEJO A TODOS “UM BOM ESPETÁCULO”
Autoria: Tainara de Souza Stumpf
A música começa e a cortina abre lentamente. No palco, atores ansiosos, com o coração descompassado, preparam-se para atuar.
Sobre roupas quentes e elaboradas, eles  suam em “bicas”. Heróis e vilões, rainhas e reis, fadas e monstros ganham forma na cópia da vida.
O apresentador anuncia:
                    O espetáculo vai começar! Silêncio!
O público percebe que a magia está no ar e prepara-se para viver as emoções que uma boa peça de teatro proporciona.
A peça começa e os atores concentram-se para não esquecer as falas, deixas e marcações. A música não entra e o pânico instala-se no palco e nas coxias. O público nada percebe, pois não conhece o roteiro. De repente, o ator que está no palco, cantarola uma canção junto com passos de dança improvisados. Foi a movimentação necessária até a música começar.
Todos os atores suspiram aliviados e a magia do teatro volta a se equilibrar.
Na coxia acontece uma correria louca. Trocas de roupas e maquiagem para todo lado. Na hora de entrar em cena, um ator sumiu. Parece que dormiu no banheiro. Outro ator veste o casaco rapidamente e entra em cena. Ele não lembra bem o papel, nem mesmo ensaiou para cumpri-lo, mas faz do seu jeito e salva a sequência.
E você leitor, percebeu quanta emoção acontece em uma peça de teatro? Por isso a paixão dos teatreiros que dizem:
- Teatro é vida!!
Quer saber o final desta peça? Ela foi até o fim e o público aplaudiu de pé, sem perceber as alegrias e tragédias dos bastidores.

Enfim o meu blog

Olá pessoal, amadíssimos visitantes. Finalmente criei coragem. Meus textos estão transbordando por aí, em diversos jornais do país e eu não estava colecionando eles por aqui, no meu blog.

Espero que gostem e se divirtam com o que lerem neste cantinho virtual.

Pretendo escrever sobre assuntos diversos, algumas estórias, crônicas e poemas.

Sejam bem vindos!!