quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VIVA A ACESSIBILIDADE
Tainara de Souza Stumpf
Era uma vez uma rica comunidade onde conviviam pessoas de todos os tipos. As ruas eram bem calçadas, os prédios tinham rampas e corrimões, os livros eram escritos em palavras e braile e todos conheciam a linguagem de sinais, que era obrigatória nas escolas e empresas.
                Sonhar é preciso! Até bem pouco tempo vivíamos em uma realidade para maiorias.  Quando nascemos com alguma diferença, ou sofremos algum acidente, ou envelhecemos, ou engravidamos, percebemos que o mundo não está adequado a nós. Então é  tarde demais para adaptar o mundo ao nosso roblema.
                Se pararmos para pensar o amanhã, sabemos que pelo menos uma vez na vida, cada um de nós vai passar por alguma situação difícil. Às vezes por um período, as veze s pelo resto da vida. Por acaso pensamos que nunca vamos precisar usufruir de um pouco  de acessibilidade? Quem nunca quebrou uma perna ou um braço? Que mulher não engravidou? Quem não envelhecerá?
                Desde a inclusão escolar e empresarial ocorrida há poucos anos, percebemos múltiplas deficiências da sociedade em atender as necessidades especiais com igualdade de direitos.  Parece que só quem sofre os problemas precisa se preocupar em transformar a sociedade.
Mas é um começo! Quantas oportunidades de projetar geração de renda, inclusão escolar e cursos técnicos para a sociedade que cresce a cada dia. Quantas mães acabam se envolvendo em oficinas de artes e artesanato por ter um filho ou filha com necessidades especiais. Acabam fazendo deste trabalho a sua renda principal.
                Não se trata de inventar a roda, pois ela já existe em outros países, onde não se fala mais em inclusão. A sociedade já está pronta e não percebe problemas na diferença. Temos exemplos a serem seguidos, mas faltam investimentos e foco nesta área.
Outra pequena utopia: era uma vez uma biblioteca muito diversificada. Ela tinha livros para todos os gostos e jeitos. Neste lugar encontravam-se livros em braile, MP3, CDs, oficinas de literatura, teatro e contação de estórias.
Uma vez a cada mês, a biblioteca recebia visitas de escolas e fazia um grande evento cultural. Os eventos costumavam seguir eixos temáticos e, os estudantes se preparavam para este encontro lendo e estudando todo o material disponível sobre o assunto. As escolas mais preparadas para o evento cultural ganhavam uma segunda visita especial na biblioteca.
                Sonhar é preciso! Quantas coisas pode proporcionar a cultura. A utopia pode correr solta nesta área e a inclusão ocorre naturalmente. A cultura e a arte dissipam as diferenças.
                O trabalho artístico atua na dimensão subjetiva e lúdica do ser humano e torna-o mais afetivo e tolerante com a realidade. As diferenças são valorizadas pois trazem outro olhar para a arte e a cultura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário