sexta-feira, 7 de setembro de 2012

DESEJO A TODOS “UM BOM ESPETÁCULO”


Inspirado em Vlademir do Carmo
A música começa. A cortina abre-se lentamente e desvenda o mistério que esconde. Nas coxias, atores ansiosos, com o coração descompassado, preparam-se para atuar. Usam roupas elegantes e suam em “bicas”. Heróis e vilões, rainhas e príncipes, fadas e monstros ganham forma na cópia da vida.
O apresentador anuncia: - O espetáculo vai começar! Silêncio!                O público percebe que a magia está no ar e prepara-se para viver as emoções que uma boa peça de teatro proporciona. O apresentador propaga os patrocinadores e encerra a sua participação com a saudação: - Desejo a todos um bom espetáculo!
A peça começa e os atores entram no palco. Concentram-se para não esquecer as falas, deixas e marcações.  O público, de olhos bem abertos, procura entender o início da história. Tudo é lindo! As roupas, os atores e atrizes e, principalmente, a forma como se movimentam no palco. Parece uma dança harmônica. De repente a música falha, não entra na hora certa e o pânico instala-se no palco e nas coxias. O público nada percebe, pois não conhece o roteiro. De repente, um dos atores que está no palco, cantarola uma canção junto com passos de uma dança improvisada. Foi a movimentação necessária até a música começar. Todos os atores suspiram aliviados e a magia do teatro volta a se equilibrar.
Na coxia acontece uma correria louca. Trocas de roupas e maquiagem para todo lado. Na hora de entrar em cena, um ator não aparece. Olhares apavorados se cruzam entre os atores e contra-regras. Outro ator veste o casaco rapidamente e entra no palco. Ele não lembra bem o papel, nem mesmo ensaiou para cumpri-lo, mas faz do seu jeito e salva a seqüência. Em seguida chega o ator que deveria estar no palco, branco como cera. Sentiu uma indisposição e estava no banheiro. O público nada percebeu.
Os minutos seguintes correm loucamente com entradas e saídas. O público aplaude algumas cenas do espetáculo e os atores se cumprimentam nas coxias, revigorados pelo retorno de aplausos.
Ao final da peça, todos os atores e contra-regras entram no palco para agradecer a platéia. Algumas pessoas aplaudem de pé e outras gritam “bravo”. Os atores que deram vida ao espetáculo retornam a coxia após receberem os cumprimentos e começam a organizar as roupas, maquiagens e cenários. Permanecem mais uma hora no teatro para recolher e arrumar seus pertences.
Mais um dia de emoções revigorantes para aquele grupo que ama o que faz. Teatro é vida! Gritam esta frase ao final, antes de despedirem-se um dos outros. O diretor avisa que o ensaio iniciará mais cedo no dia seguinte e todos acenam com a cabeça confirmando a sua presença.
A magia do teatro bate forte no coração dos teatreiros que levam esta arte em frente, apesar das dificuldades. Os teatros são palco de vida, diversão e arte. A paixão de copiar a vida através da arte é uma homenagem ao público. Que sempre encontremos teatros lotados para prestigiar os espetáculos.



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